engraçado...
Você sai do Brasil e é moça, e chega aqui e te chamam de rapariga.
A questão de mudança de cultura pode mudar não somente uma escrita, como poderá mudar valores, condutas, fé. Imagino uma imigrante, sem uma formação, chegando sem roupas que lhe abrigam ao frio, que sonham receber um salário mínimo com o valor de reaal em três vezes o que ganha.
Esquecem que não pode-se converter para o real, se o café que ela vai tomar para suportar a fome e o frio, não será vendido em real, e que se for converter, o pequeno cafezinho do seu Manoel, ela nem sequer irá conseguir abrir a boca e ter coragem de ao mesmo tempo que entra internamente o líquido, sai de seu bolso, ocupado pelas mãos congeladas, um valor as vezes superior a 1,50 centavos.
Então, talvez nessa nova cultura, ela aprenda que alow não se existe, e celular virou Telemóvel, e para não parecer diferente da cultura, atende sem mesmo sano o TÔ, Tô, tá aqui. Sinceramente acho isso uma coisa sem juízo, dizer para alguém do outro lado da linha que se está. está... Até isso, faz-nos comparar culturas e também perceber que o Alow, aloa, também é meio estupido.
E, voltando aquela sonhadora, umas caem para a vida fácil, que como vi a Maria Boazona em seu anúcio dizendo: Brasileira gostosa, chegada do Rio de Janeiro, certamente deve ter entendido que a vida não é nada fácil. Até que seus sonhos se desfacelam e ela regressa, ou convive nesse nada fácil.
E eu, não diferente dos muitos imigrantes, com uma cultura superior de títulos que não valem p, sonhei e ainda sra nada, sonho com dias melhores. É como diz a música: Dias melhores para sempre... por sinal adoraria estes dias, em que o cabelo não se despentei, e que o dinheiro nasça constantimente em meu bolso sem terra e adulbo.
Mesmo que na vinharia mandem-me levantar 100 vezes, desconciderando-me como cliente, pois cá sou brasileira, comparada com a Maria Gostosona, com o José que tentou enganar, com uma pessoa que saiu da rocinha e compartilhará da violência na nova terra.
Uma nova cultura então chega a nós brasileiros imigrantes, que rotulam-nos como "brasileiros", como de um mesmo grupo, uma única profissão e índole.
A cultura brasileira que de um lado, exalto o Europeu, apesar de rirmos em rodas de bar, rotulando o Português como burro, não suspeita na pele, quão somos para a cultura deles.
Ao ler que a cultura demora anos para tornar-se perceptível suas mudanças, peço por favor que a Maria Gostosona não diga que é brasileira, que não faça que o nome rapariga, tenha nesta e na nossa cultura o mesmo sentido.
Para que o brasileiro continue a ser um povo alegre, e não vá ficando frio como o frio desta terra, que não se torne bruto como vejo muitos, claro que não são todos, mas que dessa parcela grande, estou ficando farta.