domingo, 21 de dezembro de 2008

Nas entrelinhas de um mestrado!

Eu vim fazer um mestrado, na carta que recebi ainda no Maranhão dizia: aprovado no mestrado em Gestão do Desporto da Faculdade de Motricidade Humana.
Hoje re-li esse papel e acho que era uma carta falsa, má dita, uma sonegação de dados, falta de informações necessárias. A data que cumpria-se até 22 de outubro de 2009, dizia que esse conhecimento te daria o grau de Mestre em Gestão do Desporto. O local também foi errado, Cruz Quebrada – Dafundo. Portugal.
Para aqueles que desejam fazer o mesmo, não esqueçam do que estão nas entrelinhas que aqui vou contar...
O mestrado era e é em Gestão do Desporto, mas, na primeira hora em que soube que iria para outro país, antes de chegar até ao primeiro dia de aula, comecei a gerir a mim, fazer a Gestão dos Meus Sentimentos, minha mala, meus sonhos, meus medos.
E também dizia: Aprovado. Eu fui aprovada? Ou perdi o mérito e o direito de ver meus sobrinhos crescerem? Sentir o cheiro da minha mãe, ou tocar pela última vez os dedos de meu avô que morreu? Tem-se também o lado ruim das escolhas meus camaradas.
Na Faculdade de Motricidade... Bem, essa é outra entrelinha que não se está disponível. Fora da faculdade há o Jamuor, um parque lindo de desporto que conheci tão próximo a faculdade. Na rua fora, descobri a frieza e egocentrismo dos colegas de turmas não davam carona/boléia ao final da aula. E como falar das horas fora da FMH com um mestrado de humanidade e desumanidade que fui aprendendo nesse país?
Também não falaram que depois que se findar os dois anos, eu terei ainda a certeza de que estarei cada vez mais em busca de conhecer essa gestão mais interna que aprendi fora e dentro dali. Na palavra “planear”, projecto... Palavras com letras a mais ou de menos de minha língua pátria, pude ter certeza de que sem planear minhas contas, meu futuro, posso não chegar a esse 22 de outro de 2009, pois a fome e as contas apertam.
E os povos? E os países tão próximos, e conviver com parentes de aluguel?
Meus caros, eu estou numa transição da vida, qual nunca pensei chegar, no justo momento em que eu escolho ganhar somente um título, ou me preparar para algo maior, mas pessoal, mais humano. Eu ontem conheci uma entrelinha desconhecida dessa faceta de fazer um mestrado em outro país e dar valor a coisas que poucos conseguem ver “as oportunidades em outros mais países, em viver o mundo, em conhecer pessoas”, e a dar valor a coisas para algumas pessoas tão poucas.
Nesse momento, olho para meu casaco, minha bota, o café amargo português e ao frio que penetra por baixo do meu cobertor... A Europa é muito fria meus queridos!!! Saibam disso! Talvez não seja somente os portugueses que se transformam em bocas de limão quando eu acabo de dar aula... Acho que é a cultura desse continente que de tão pouco ver a luz do sol perdeu a esperança.
Mas, eu já sei o que procuro, eu quero continuar um mestrado humano... andar sem casado, sem vestes, sem medos, sem preconceitos... Talvez eu tenha encontrado a resposta nessa tela de computador numa forma que parece com a do meu país juntamente com as palavras de uma mestra aluna que me disse: siga sua maestria em si mesma, avance as possibilidades pensando em seus sonhos e não somente nos títulos... e eu completo: tudo não acabará em 2009, nos parâmetros da FMH, eu não fui aprovada..perdi e ganhei muitas oportunidades...Não quero finalizar tudo aqui.

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